terça-feira, 19 de outubro de 2010

Gastronomia


Gastronomia típica de Vila Nova de Gaia
As especialidades gastronómicas de Gaia não se limitam ao Vinho do Porto. Nas zonas ribeirinhas, a lampreia e o sável constituem uma referência, sendo confeccionados de formas diversas.
Do mar vem a sardinha, presença indispensável nas múltiplas festas e romarias, assada na brasa, acompanhada com pimentos, broa e azeitonas. Vêm também variadíssimos peixes com que se prepara a caldeirada de peixe à pescador e a farinha de pau. O marisco, o arroz de polvo e o bacalhau e as mil e uma maneiras de o preparar são igualmente muito apreciados.
Da terra sai o milho e o centeio que os moinhos transformam em farinha e com ela se confecciona o produto que particularizou a gastronomia gaiense: a broa de Avintes, de feição oval, cor castanha, salpicada de farinha pelas mãos ágeis das padeiras, acompanha quase sempre o típico caldo verde.
Os pratos de carne são indissociáveis das tradições rurais do Concelho. Caracterizam-se pela fartura e neles abundam as carnes de porco, vaca, galinha, pato e cabrito, normalmente acompanhados por uma boa quantidade de legumes.
Quanto aos doces, os Velhotes da braguesa, pão doce, de forma rectangular está associado à festa de Valadares. A sopa seca, sobremesa habitual na mesa do lavrador, a aletria, o leite creme queimado, as filhoses e as rabanadas de leite e de Vinho do Porto tão tradicionais em épocas festivas, podem ser igualmente apreciados durante todo o ano nos restaurantes de Vila Nova de Gaia.

Tripas à moda do Porto: Este prato dá o nome às gentes do Porto? Tripeiros? A lenda remonta à grande aventura das Descobertas em que um filho da terra, o Infante Dom Henrique, precisando de carne para abastecer as suas caravelas para a conquista de Ceuta terá pedido ao povo ajuda no fornecimento das embarcações para tão grande empresa. O povo do Porto acorreu ao apelo do seu Príncipe e logo encheu na quantidade necessária as barricas de madeira com carne salgada, ficando com as tripas que cozinharam em estufado grosso com enchidos e carne gorda. Mais tarde foi adicionado o feijão branco como consequência dos descobrimentos. Ingredientes:
Feijão Branco; Dobrada de Vitela; Chispe de Porco; Mão de Vitela; Presunto Gordo; Salpicão; Galinha; Chouriço de Carne; Folhas de Louro; Dentes de Alho; Cebola; Sal, Pimenta; Cenoura; Azeite; Banha de Porco; Colorau; Cravinho-da-Índia; Cominhos em pó.

Broa de Avintes: É na freguesia de Avintes que se confecciona, ainda de forma artesanal, a famosa broa de cor morena, formato alto de base estreita, mistura bem doseada de farinha de milho e de centeio, sendo posteriormente depositada em cima de fresca folha de couve, cozida durante cerca de 5 horas em forno de lenha.
Este pão de paladar único foi exclusivo da população de Gaia e do Porto durante décadas, entre os séculos  XVIII e XIX. As fornadas de broa quente, salpicadas de farinha eram vendidas e apregoadas de forma alegre e inconfundível, pelas padeiras avintenses, que as transportavam em canastras à cabeça ou nos barcos valboeiros, Douro abaixo, até à outra margem.
Com a festa da broa, em Setembro, Avintes mantém viva a tradição e este símbolo de expressão regional, para gáudio de milhares de visitantes.
Ingredientes: Farinha de Milho e Centeio, fermento, água e sal.


Os Velhotes da Braguesa: Os denominados "Velhotes da Braguesa" são provavelmente os doces mais típicos e tradicionais de Vila Nova de Gaia, conjuntamente com a "Broa de Avintes".
Os "Velhotes da Braguesa" são um doce tipo de pão doce feito à base de ovos e açúcar, possuindo uma curiosa forma quadrada. É um doce típico da Vila de Valadares, no Concelho de Gaia, muito procurado por altura das festas em honra do Sr. dos Aflitos, no mês de Julho.
Ingredientes: Ovos; Açúcar; Farinha.



Sável Assado no Espeto: Este prato é confeccionado nos areinhos fluviais de Vila Nova de Gaia.
Confecção: depois de amanhado o peixe, parte-se em posta de 4/5 cm e é colocado em salmoura durante duas horas e meia, sendo então colocado o sável no espeto e vai a assar em madeira de vide durante cerca de uma hora, finalmente retira-se o sável para uma caçarola onde é regado com molho e coberto com rodelas de cebola crua.
Ingredientes:
Sável; Azeite; Vinho Branco; Vinagre; Sal q.b.; Pimenta q.b.; Cebola e Água. Molho: Azeite; Vinho Branco; Vinagre; Sal e Pimenta q.b.; tudo bem mexido é levado a esquentar.
A acompanhar este prato também se prepara o Arroz de Mílharas que é cozinhado da seguinte forma: coloca-se o azeite num tacho com cebola bem picada e deixa-se refogar. Deita-se água, deixa-se levantar fervura e coloca-se a cabeça do sável, sal e pimenta q.b. deixando cozer durante cerca de 20 minutos. Depois retirar a cabeça e todas as espinhas, colocam-se as mílharas deixando cozer mais 20 minutos, colocando em seguida o arroz. Por fim salpica-se com salsa picada e está pronto a ir para a mesa.
Ingredientes: Cabeça do Sável; Mílharas; Arroz; Azeite; Sal e Pimenta q.b.; Cebola e Salsa.


Francesinha: Iguaria das noites do Porto, do fora de horas ou da refeição rápida, esta receita nasce na cidade nos anos sessenta numa inovação do croque-monsieur que um emigrante tantas vezes fizera em França, onde trabalhava. A sua forma abundante na quantidade e na diversidade dos artigos que a acompanham, regada com um molho de marisco picante, veio de facto ao encontro das gentes do Porto que gostam de comidas com sabores carregados e de bom sustento. É, pois, um prato jovem, de convívio, grande na porção, quente no palato, inventivo na receita.
Ingredientes:
Fatias de Pão de Forma; Fatias de Fiambre; Bife do Lombo; Linguiça; Salsicha Fresca; Manteiga; Fatias de Queijo Flamengo.
Molho da francesinha: Molho de marisco; Cerveja; Molho Inglês; Mostarda; Brandy; Manteiga


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Paisagens

Existem muitas paisagens bonitas em Gaia...
A primeira sem dúvida as Caves do Vinho do Porto. A seguir a linda Capela do Sr. da Pedra. A bonita Afurada e o Parque Biológico de Gaia.

                   Caves do Vinho do Porto

As Caves do Vinho do Porto é um vinho natural e fortificado, produzido exclusivamente a partir de uvas provenientes da região demarcada do Douro, no norte de Portugal a cerca de 100 km a leste do Porto. Régua e Pinhão são os principais centros de produção, mas algumas das melhores vinhas ficam na zona mais a leste.
Apesar de produzida com uvas do Douro e armazenada nas caves de Vila Nova de Gaia, esta bebida alcoólica ficou conhecida como "Vinho do Porto" a partir da segunda metade do século XVII por ser exportada para todo o mundo a partir desta cidade.
Vir visitar Gaia ou Porto, e não conhecer as caves do VInho do Porto em Gaia é como ir a Roma e não ir ver o Papa. Todos os turistas nacionais e estrangeiros passam pelas diversas caves, provando os vários tipos de vinhos do Porto. E passeando-se nos velhos barcos rebelo que noutros tempos transportavam as pipas de vinho desde o Pinhão até Gaia.
O que torna o vinho do Porto diferente dos restantes vinhos, além do clima único, é o fato de a fermentação do vinho não ser completa, sendo parada numa fase inicial (dois ou três dias depois do início), através da adição de uma aguardente vínica neutra (com cerca de 77º de álcool). Assim o vinho do Porto é um vinho naturalmente doce (visto o açúcar natural das uvas não se transforma completamente em álcool) e mais forte do que os restantes vinhos (entre 18 e 22º de álcool).
Fundamentalmente consideram-se três tipos de vinhos do Porto: Branco, Ruby e Tawny.


                            Capela do Senhor da Pedra

A Capela do Senhor da Pedra situa-se na freguesia portuguesa de Gulpilhares, concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto e localiza-se junto do mar de Miramar estando assente num rochedo. É uma capela construída no Séc. XVII no estilo Barroco/Rococó. Todos os anos realiza-se a romaria ao Sr. da Pedra no Domingo da Santissíma Trindade até á terça-feira seguinte. Este culto a Cristo teve origem num ritual pagão, de carácter naturalista, practicado por povos pré-Cristãos. O que é certo é que a Capela ainda hoje é preservada e poupada á fúria do mar.
 Estas duas inscrições podem ser encontradas na Capela do Sr. da Pedra.


Painel de azulejos do lado esquerdo:
“O LOCAL ONDE SE LEVANTA ESTA CAPELA DO SENHOR DA PEDRA É CERTAMENTE O MAIS ANTIGO LUGAR DE CULTO DA FREGUESIA ANTES DE NELE SE CELEBRAR A CRISTO SERIA ALTAR PAGÃO”

Painel de azulejos do lado direito:
“A ORIGEM DO GRUPO POPULACIONAL DE GULPILHARES REMONTA A MAIOR ANTIGUIDADE COMO BEM SE DEMONSTRA COM O NOTÁVEL ESPÓLIO ARQUEOLÓGICO QUE NESTA REGIÃO TEM SIDO ACHADO”


                                                     Afurada


A Afurada (aldeia de pescadores) é uma das mais belas zonas piscatórias onde o rio beija o mar. De manhã cedo os barcos regressam do mar, as peixeiras carregam as cestas. E no ar o cheiro do peixe fresco como que a perfumar toda aquela azáfama. As suas gentes, pescadores, peixeiras e vendedores são muito devotos. A sua maior festa é a S. Pedro, o seu Santo Padroeiro. Durante as Festas de S.Pedro da Afurada, são colocadas na Praça de S.Pedro as imagens da Nª Srª de Fátima, Nª Srª do Carmo (Padroeira dos Homens do Mar) e de S. Miguel o Arcanjo. A Imagem de S.Pedro (Padroeiro dos Pescadores) é permanente neste local, pois aqui existia a antiga Igreja da Afurada, cuja fotografia está patente no restaurante "A casa do pescador" mesmo ao lado deste largo. Essa Igreja foi destruída pelas enchentes do Douro. (Data: 29 de Junho e 1º Domingo de Julho)
À passagem defronte ao Rio Douro, procede-se à benção dos barcos acompanhados pelo toque das sirenes e morteiros.Fica na margem esquerda (Sul) do rio Douro; na margem direita do rio Douro (lado Norte) localiza-se a cidade do Porto.


                                Parque Biológico de Gaia




O Parque Biológico de Gaia situa-se na periferia da cidade de Vila Nova de Gaia, freguesias de Avintes e Vilar de Andorinho, o Parque Biológico estende-se pelo vale do rio Febros, um afluente da margem esquerda do Douro, em cuja proximidade se disseminam velhas casas rurais, moinhos e engenhos de buchas. Os troços da magnífica paisagem de que ainda hoje podemos fruir são o fruto da acção do Homem sobre a natureza, na sua busca de melhores condições para a agricultura, a criação de gado, a moagem e, em geral, para todas as suas actividades.
Do ponto de vista climatológico, o Parque Biológico situa-se numa região de clima geral marítimo-atlântico, caracterizado por um Verão fresco e um Inverno agradável, e uma precipitação superior a 1000 mm. As brumas são frequentes, mesmo no Verão, e ar é bastante húmido todo o ano.
O Parque está contudo situado numa zona microclimática parcialmente protegida dos ventos atlânticos pela sua baixa altitude e pela presença de uma pequena montanha (Monte da Virgem, 233 m); os sinais de clima continental fazem já notar-se, através de temperaturas mais extremas do que no resto da região.

O objectivo do Parque Biológico é a compreensão pelos visitantes da paisagem da região, incluindo todos os seus componentes (flora, fauna, clima, arquitectura rural, usos e costumes, hidrografia, etc.), e do contraste entre essa paisagem agro-florestal, que se preserva no Parque, e a envolvente urbana. É também, uma pequena reserva natural de fauna e flora; mais de 40 espécies de aves selvagens nidificam no Parque e outras tantas visitam-no durante as migrações.
Para além disso,tem um Centro de Recolha e Recuperação de Aves e outros animais, com Clínica Veterinária própria), que tem restituído muitas aves selvagens à sua vida em liberdade. Nos casos em que as aves são irrecuperáveis, podem encontrar dois destinos: ou são abatidas a fim de ao serem soltas não morrerem de fome; ou servem fins de educação ambiental. Esta última solução permite aos milhares de crianças e adultos que visitam o Parque Biológico de Gaia terem uma ideia da riqueza do património natural português, quando vêem de perto espécies que na natureza dificilmente encontrariam com tanta proximidade: águia-calçada, milhafre, grifo, flamingo, ostraceiro, alfaiate, garça-nocturna, garça-boieira e tantas outras espécies.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

História

História de Vila Nova de Gaia

Situado na margem sul do Rio Douro, Vila Nova de Gaia ocupa uma área de aproximadamente de 165 Km2, tem aproximadamente 290.000 habitantes que habitam as 24 freguesias deste Concelho.
As origens mais remotas desta terra de diversidades, passaram pelo Paleolítico, pela Romanização e chegaram até aos dias de hoje.
O Foral do rei D. Afonso III, datado de 1255, foi concedido a Vila de Gaia. Uma povoação junto ao rio, relata a história do seu povoamento e das actividades às quais a população começou a dedicar-se.
Em 1288 foi a vez de D. Dinis fazer história ao conceder um foral à povoação do Burgo Velho do Porto que, desde aí, começou a ser denominada Vila Nova de Rei.
Dada a fácil travessia do rio e o enorme ancoradouro, rapidamente aquela zona ribeirinha se tornou num importante estaleiro e entreposto comercial.
As duas povoações vizinhas (a de Gaia, a poente, e a de Vila Nova, a nascente), eram separadas pela denominada ribeira de Santo Antão e cada uma tinha a sua própria administração e os seus eleitos. Apesar disto, estas duas povoações uniam-se sempre que a luta dos seus interesses era chamada à cena.
Interesses esses que ficaram comprometidos com os acontecimentos dinásticos de 1383, quando os concelhos de Gaia e Vila Nova foram parcialmente integrados na administração da cidade do Porto, retirando-lhes, ainda que temporariamente, a sua autonomia municipal.
Em 1518, D. Manuel I atribuiu um foral a Vila Nova e Gaia, no qual era realçada a pujança agrícola por um lado e, por outro o povoamento das freguesias com grandes propriedades e rendimentos.
Vila Nova de Gaia tornou-se, por volta da segunda metade do século XVIII, numa terra de homens do mar, artífices, mercadores e de negócios. E foi nesta época de prosperidade que os alguns estrangeiros começaram a instalar-se e a adquirir imóveis, nomeadamente casas e armazéns, os quais eram utilizados para apoiar as operações de embarque do vinho do Douro.

Um negócio que alterou não só a economia, mas também o urbanismo de Gaia e Vila Nova com a instalação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro em Vila Nova, por ordem do Marquês de Pombal.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cultura

                         Casa Barbot assume a Cultura Municipal




Recuperação para o Pelouro e os gaienses

Testemunho de uma época do ponto de vista artístico, cultural, económico e social, a Casa Barbot regressou à vida como Casa da Cultura que se pretende tornar influente de novo naquelas quatro vertentes, mas da época actual e do futuro.


Uma nova vida está a tomar conta da Casa Barbot que, com a conversão em Casa da Cultura - "sede" do Pelouro da Cultura, Património e Turismo, vem devolver a Vila Nova de Gaia um incontornável marco da vida gaiense do princípio do Século XX e exemplar único do estilo Arte-Nova existente no Concelho.


Alvo de uma recuperação indispensável face às contrariedades do tempo e de algumas intervenções isoladas, este emblemático edifício situado em plena Avenida da República, alguns metros abaixo dos Paços do Concelho, não se tornou somente no coração institucional da cultura municipal. É, isso sim e cada vez mais, uma verdadeira Casa da Cultura, aglutinadora de vontades, capacidades e empenhos e, ainda, centro difusor de bases programáticas, linhas condutoras e, acima de tudo, de concretizações com vista a um patamar superior da individualidade cultural de Vila Nova de Gaia.


Daí o valor de recorrer a um monumento, porque como tal se pode considerar. Tanto mais que estamos perante um elemento classificado como "Imóvel de Interesse Público", conforme despacho governamental publicado em Diário de República (I série, nº 47, de 25 de Fevereiro de 1982).


Acresce que se trata de um símbolo de uma época e de um estilo artístico que teve interpretação local pelos artífices de então. Entre eles, destacam-se o escultor Alves de Sousa, o mestre estucador Baganha e, ainda, o professor de pintura Veloso Salgado (responsável pela decoração de algumas divisões) e o arquitecto Ventura Terra, que assinou a Sala dos Passos Perdidos da Assembleia da República, entre várias outras obras distinguidas, algumas até com o Prémio Valmor.


Do trabalho conjunto daqueles artistas, e de mais alguns anónimos, resultou a belíssima moradia mandada erigir pela classe burguesa da eufórica Belle Époque.


Curiosamente, o nome Barbot não está relacionado com o seu primeiro proprietário, o vianense Bernardo Pinto Abrunhosa, que foi quem mandou construí-la, em 1904. Os registos dão o imóvel como pertencendo a Adelino Augusto Campos, por volta de 1911, e de novo a Bernardo Pinto Abrunhosa, em 1915, o que permite adivinhar algumas confusões ou, pelo menos, eventuais imprecisões. Mas o que parece certo é que o edifício foi baptizado a partir do nome da sua proprietária por alturas de 1945, Ermelinda Barbot.




                           O passado ao serviço do Séc. XXI


Apesar das obras e transformações sucessivas encomendadas pelos diversos proprietários, bem como das intervenções mais recentes, o edifício mantém a estrutura inicial de cave mais dois pisos.


O espaço encerra em si um potencial de que, finalmente, Gaia volta agora a tirar partido. Com efeito, a nova Casa da Cultura acolhe não apenas a estrutura do Pelouro mas também espaços de utilização pública e equipamentos com o objectivo de "abrir" realmente a Casa Barbot aos gaienses.


Assim, a primeira fase da recuperação do imóvel compreendeu a criação de uma área destinada a exposições e à promoção de eventos como debates, colóquios, seminários, workshops, lançamento de livros e momentos musicais.


Futuramente, deverão ser criadas e entregues à exploração uma livraria e uma cafetaria, bem como um Posto de Turismo.


A zona envolvente do edifício, que integra o jardim, foi também alvo de recuperação, no sentido do seu embelezamento e de eliminar a barreira visual existente na Praça do General Torres.


No conjunto, aposta-se no aproveitamento moderno e aberto de uma construção histórica. Respeitam-se, aliás, os princípios enunciados pela Carta de Veneza, onde se refere expressamente que "a conservação de monumentos é sempre favorecida pela sua utilização numa função útil".


É isso que se pretende fazer da Casa Barbot/Casa da Cultura - torná-la útil para recordar a herança histórica de uma época, útil para a afirmação da identidade cultural dos gaienses e útil para o aprofundamento de uma importante vertente do desenvolvimento concelhio, metropolitano, regional e mesmo nacional.



                                      

                                    Exemplo "vivo" da arte de uma época


Na futura Casa da Cultura de Gaia, predominam elementos característicos da Arte Nova e destacam-se o vidro, o ferro, a cantaria e o azulejo.


A par das linhas curvas, sobressai a inspiração em elementos neo-clássicos (colunas, capitéis e medalhões, por exemplo), de motivos florais e zoomórficos, dos nus femininos e da Natureza em geral.


Mas o conjunto não se esgota unicamente na casa. Passando pela escada do jardim, cuja cobertura de ferro e vidro se assemelha à do café portuense ¿A Brasileira¿, temos acesso à propriedade. Esta inclui as áreas ajardinadas e envolventes, com os bancos em forma de tronco de árvore, a estufa, o lago, a gruta artificial, o mirante e a garagem, onde predominam, novamente, elementos que denunciam as misturas de inspirações artísticas que não coincidiram, antes se sucederam. E, em casos como este, como que se "fundiram".


É, assim, a propriedade como um todo dos vários elementos que está a fazer de novo parte da vida quotidiana de Gaia e desta vasta região.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Costumes

Festas / Feiras / Romarias



Vila Nova de Gaia é um Concelho que pelas suas tradições, reveste-se de festas e romarias recheadas de rituais e animação, características destas manifestações populares e que se distribuem pelos diversos meses do calendário.
Longe vai o tempo em que os romeiros saíam de manhã cedo com a merenda previamente preparada, trajados a rigor com vestes que caracterizavam a ruralidade do concelho. Contudo, a imensa fé e devoção incutida nas gentes de Gaia faz com que estas festas e romarias permaneçam com o mesmo tipicismo e o mesmo entusiasmo das festas de outrora.
São Gonçalo sai à rua, para Cumprir a tradição...
Vila Nova de Gaia acolheu, este domingo, a primeira romaria do ano, em honra de S. Gonçalo e de S. Cristóvão. Já é secular a tradição de comemorar a festa em honra de São Gonçalo em Gaia no dia deste Santo. Esta Romaria, primeira do ano, conta com a fervorosa animação dos Mareantes do Rio Douro e das Comissões Velha e Nova da Rasa. A Associação Recreativa dos Mareantes do Rio Douro, desconhecendo-se ao certo a data da sua fundação conta com aproximadamente 300 anos de existência e ao longo de gerações tem mantido a tradição de Festeiros do São Gonçalo. Os Mareantes são um vasto grupo, com aproximadamente 80 homens, e cada vez mais novos adeptos. Os seus Mordomos transportam, durante a festividade, a imagem de S. Gonçalo (padroeiro dos barqueiros do rio), a cabeça de S. Cristóvão (padroeiro das gentes do mar) e um terceiro elemento encarna a figura de São Roque, já as Comissões Velha e Nova da Rasa transportam a imagem de S. Cristóvão e a cabeça de São Gonçalo, os três grupo etnográficos percorreram diversas ruas da freguesia de Santa Marinha e Mafamude vindo a encontrarem-se na igreja de Mafamude na hora do sol se pôr no mar ou melhor dizendo, ao final da tarde, altura em que os fiéis rezam junto ao altar, pedindo que o novo ano lhes seja favorável, não só em questões de saúde, mas também em aspectos mais pessoais, como o casamento, no momento em que os mordomos entram na igreja, as imagems devem estar sempre de costas para o altar como tambem à sua saída, só assim os Mareantes do Rio Douro podem cumprir a tradição.
A romaria, que terá começado na Idade Média, realiza-se sempre no primeiro domingo a seguir ao dia de S. Gonçalo (10 de Janeiro) e foi aproveitada, no século XVIII, para afirmar em Mafamude a antiga autonomia de Gaia face ao bairro de Vila Nova, que era administrado pelo Porto, para aqueles que não o sabem naquele tempo Vila Nova de Gaia estava dividida em duas povoações sendo elas as povoações de “Vila Nova” hoje a zona junto ao cais de gaia , e por “Vila de Gaya” hoje em dia a zona do Candal e a zona do Castelo de Gaia(Lugar de Gaia).
O decreto e criação do batalhão dos Mareantes do Rio Douro.
O documento da criação do batalhão dos Mareantes do Rio Douro data de 14 de Janeiro de 1833. D. Pedro, Duque de Bragança e Regente da Rainha manda que se adopte o plano de organização de dois batalhões.
O primeiro batalhão deveria ser composto por todos os Mareantes que tivessem idade e deveria estar dividido em seis Companhias. O segundo batalhão seria composto por carpinteiros, calafates, tanoeiros, torneiros, ferreiros, serralheiros e cordoeiros, que se deveriam fazer acompanhar pelos respectivos aprendizes que tivessem mais de um ano de ofício.
Os Mareantes do Rio Douro são actualmente uma colectividade com várias actividades de lazer e desporto. Não sabemos ao certo a data da sua criação. Os seus membros têm no estandarte o século XVII como data da sua fundação. Disso não temos qualquer prova histórica, mas podemos alegar que o povo não mente e se referem este século, talvez exista nisto alguma verdade.
Mareante era todo aquele cuja profissão está relacionada com o mar ou com o rio.
A festa de S. Gonçalo que hoje relacionamos directamente como os Mareantes do Rio Douro é-lhes anterior, remontando ao século XIV. Sabemos que as gentes do Rio eram muito devotas de S. Gonçalo; no entanto, os Mareantes do Rio Douro não terão nascido para realizar a festa. As suas origens como associação parecem estar nestes batalhões que organizaram de uma forma mais sistemática, um conjunto de gente com fortes laços entre si.
Depois de terminada a guerra civil este relacionamento ter-se-á mantido, pois no final do séc. XIX já a festa de S. Gonçalo assumia os contornos actuais com a participação dos Mareantes do Rio Douro, integrando os mordomos, as bandeiras e os bombos.
Os Mareantes têm mais de 300 anos, no entanto como grupo organizado para a festa só há referências dos fins do séc. XIX.
Tradição: S. Gonçalo
Todos os anos, em Vila Nova de Gaia é realizada a romaria de S. Gonçalo, a primeira do ano.
O S. Gonçalo provém de Amarante e, segundo reza a lenda, este Santo terá falecido a 10 de Janeiro de 1259. Daí, esta festa popular celebrar-se no primeiro domingo após o dia 10.
Nesse dia, a cidade de Gaia acorda ao som do rufar dos bombos dos mareantes do Rio Douro (freguesia de Santa Marinha) e das Comissões Velha e Nova Rasa (Mafamude).
Percorrendo toda a cidade e levando consigo os seus santos protectores: S. Cristóvão, dos barqueiros do rio; S. Gonçalo, dos Homens do mar, das doenças dos ossos e dos construtores de pontes; e, finalmente, o S. Roque dos antigos carpinteiros navais e calafeiras, protector contra a peste; estes rivais pretendem saudar o bom povo de Gaia.
As cabeças dos santos que transportam são a principal atracão destes cortejos, sendo que os festeiros da Rasa levam a cabeça do S. Gonçalo e os Mareantes do Rio Douro a de S. Cristóvão.
No final do dia, ambos os cortejos se encontram na Igreja de Mafamude e é lá que os de Rio Douro aproveitam para protestar o que lhes pertence, pois acreditam que o padre de Santa Marinha ao mudar para a igreja de Mafamude levou consigo o S. Gonçalo, santo este que dizem pertencer a Santa Marinha. Assim, como forma de reclamar a posse do santo no decorrer do cortejo, afirmam “Ele é nosso!!!” e é nesta altura que os fieis aproveitam para rezar junto ao altar, pedindo que o novo ano lhes seja favorável não só em questão de saúde, mas também em aspectos mais pessoais, como o casamento.
Esta festa popular, com origens que se perdem no tempo foi incorporada em diversas manifestações religiosas e populares, algumas da Idade Média, mas outras do século antes do nascimento de Cristo.
Actualmente, esta romaria tem vindo a perder o seu carácter e importância, sendo cada vez menos as pessoas que se interessam e participam nesta festa popular, embora aquelas que ainda o fazem demonstrem todo o entusiasmo e euforia à volta deste dia de festa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sobre Vila Nova de Gaia

Câmara de Vila Nova de Gaia
Vila Nova de Gaia é um município Português na Área Metropolitana do Porto, Reigão do Norte e subregião do Grande Porto. A cidade está localizada na margem sul da foz do rio Douro. As caves do famoso vinho do Porto ficam localizadas neste concelho.
Formada originalmente a partir de duas povoações distintas, Gaia e Vila Nova, foi elevada a cidade a 28 de Junho de 1984.
A ligação à cidade vizinha do Porto é particularmente forte, e não apenas através da partilha do património comum do Vinho do Porto: no passado as famílias burguesas e nobres do Porto tinham em Vila Nova de Gaia quintas e casas de férias. Devido ao forte crescimento económico e melhoria das comunicações com a margem norte nas últimas décadas, Vila Nova de Gaia progressivamente acolheu população que trabalha diariamente no Porto. Diversas opiniões apontam no sentido de fundir estes concelhos.